O Programa de Relacionamento com a Rede mais obsceno do mundo!
Isso deve ter ocorrido em outubro ou novembro de 2009. Eu
cuidava, na época, dentro do Marketing do Citi, da Financeira da Credicard. O meu
time e eu ficávamos no 9º andar, lá da Água Branca, bem longe do resto do time do
Marketing, que ficava no 4º. Pelo menos, ficávamos na mesma torre. De vez em
quando, nós nos encontrávamos. A decisão, na ocasião, foi tomada dessa forma
para que ficássemos perto do Business que atendíamos. E lá estávamos nós, num
canto muito bacana, até invejado por muita gente do 9º e até de outros andares,
quiçá de outras torres do condomínio, pois a vista era irreal, muito linda
mesmo. Do janelão, víamos o trilho do trem, o Shopping West Plaza e o famoso terrão,
um estacionamento no qual cabiam algo em torno de 10.000 carros. As pessoas que
paravam ali, além de terem que pagar R$ 10,00 por dia, se chegassem muito
tarde, não conseguiam sair de seus carros, a não ser que tivessem teto solar,
para que pudessem sair pelo teto. Era tanto aperto que os donos, vez ou outra,
faziam a seguinte promoção...QUEM SAIR MAIS CEDO HOJE, PAGA MEIA...dessa forma,
garantiam que todos conseguiriam sair, no dia em que entraram, mesmo que tarde
da noite, pagando os R$ 10,00. No dia seguinte, teriam que voltar para
trabalhar...e o terrão estaria ali, intocado. E mais R$ 10,00 por carro entraria no caixa 2...provavelmente. A impressão que dava, de quem
olhava de cima, era a de que sempre tinham uns 100 carros a mais, por dia,
naquele terreno. E coitado de quem queria pagar mensal? Nem pensar. Eram R$ 10,00, por
dia, por um serviço meia boca e ponto final. Mas enfim, a história de hoje não
é sobre o terrão e nem sobre o naipe do banheiro do 9º andar. Aliás, mesmo hoje, que não fico mais lá, em consideração a quem fica, eu daria meu
salário de dois meses, ou até de quatro meses, para que reformassem
aquele banheiro. Show de horror. E olha que não éramos tantas mulheres assim no
andar. Eu, disfarçadamente, pegava minha linda nécessaire de Petit Poá , logo após
o almoço, e subia para o 17º. Ali sim dava gosto de escovar os dentes. Dava até
para fazer xixi sentada. Mas, por muito tempo, mantive esse segredo só para
mim. Vai que todas as meninas decidissem que estavam cansadas de ter que fazer
xixi em pé ou de escovar os dentes sem que tivessem que olhar para mil fios de
cabelos, fora das cabeças, na pia onde enxaguariam suas lindas dentições. Nem pensar. O
17º nunca mais seria o mesmo. Acho que os SLAs, com a empresa que prestava o
serviço de limpeza dos banheiros, eram diferentes por andar. Só podia ser disso.
Ou será que em andares onde havia menos mulheres os banheiros eram menos sujos?
Pode ser. O 17º tem mais homens do que mulheres. Eu sempre achei mulher pior do
que homem em se tratando do uso de banheiros. Mas que fique claro, só nesse
caso acho isso...rsrsrsrs. Bom, de qualquer maneira, a péLôla de hoje nada tem
a ver com tudo que escrevi até agora. Ela tem a ver com um projeto da Credicard
Financiamentos. Uns quatro meses depois de eu ter entrado no Citi, um dos
Diretores que eu atendia pediu uma reunião comigo para que falássemos sobre um
projeto antigo, que ele queria retomar. Depois de umas três semanas,
finalmente, conseguimos nos sentar para conversar. Lembro-me que o RH, por se tratar de um projeto interno, estava
com a gente nesse bate-papo. Conversamos por umas duas horas. Esse Diretor, o
CB, estava trazendo uma idéia, que tinha sido implementada em seu antigo
empregador, para a Credicard. E era, de fato, uma idéia legal. Esse mesmo papo,
o CB já tinha tido com dois antecessores meus. Um deles, aliás, que está na
empresa até hoje, o conhecia bem, pois tinha participado da sua concepção na
empresa da qual o CB tinha vindo. Ela, a Fê, também tinha vindo de lá. Aliás,
ela e o Márcio, que também continua no Citi e tinha sido o meu outro antecessor, já tinham
começado a desenvolver esse plano na empresa, mas não tiveram tempo de finalizar o
que começaram, pois foram tocar outros projetos, em outras áreas. O mais
interessante sobre o projeto era o seu nome...”LEVANTANDO A TENDA”. Eu sempre
achei o nome muito estranho, esquisito mesmo. A Vivi, que na época era a nossa
generalista do RH, não se conformava com esse tema. Ela sempre dizia que
parecia uma coisa meio obscena, erótica, enfim. Eventualmente, esse nome nos
fazia lembrar de “ARMANDO A BARRACA” ou algo assim. E é sério. Um projeto com
esse nome, dentro de uma empresa como o Citi, não fazia muito sentido. Não fazia sentido em lugar nenhum, a não ser que tivéssemos falando sobre um projeto de uma feira livre. E era assim que eu me referia a ele. Era LEVANTANDO A
TENDA para cá, LEVANTANDO A TENDA para lá. O pessoal que trabalhava comigo
vivia dizendo isso...”quando vamos retomar o LEVANTANDO A TENDA?” A Vivi também
sempre fazia essa pergunta. Mas é que a gente estava com tanta coisa para fazer
que não conseguíamos focalizar nesse projeto, digamos, singular. Eu me lembro
de ter enviado um convite, chamando uma série de pessoas da empresa, para uma
conversa sobre o assunto. Até o CB, que tinha me demandado o projeto, foi
convidado, leu o Subjet do convite e nunca disse nada. Eu cheguei a remarcar
essa reunião, por falta de tempo e foco, umas dez vezes, sem brincadeira. E,
com isso, o LEVANTANDO A TENDA foi ficando famoso e corriqueiro. Ninguém mais
se questionava sobre o teor do desígnio. E lá se foram meses. Um dia, sem que pudéssemos
mais evitar, a Vivi e eu, pressionadas pelo nosso Querido CB, resolvemos encarar.
Teríamos que implementar o projeto. Foi aí que eu, definitivamente, chamei
uma reunião. Todos aqueles que contribuiriam para que o projeto andasse estariam
nesse encontro. Antes do dia “D”, chamei a Fê, que ficava no site da Paulista,
para dar um pulo na AB, para que nos contasse o histórico do projeto feito em
seu último empregador. Achei que seria mais fácil partir daí, implementar o que
tinha dado certo e não perder tempo com o que tinha dado errado. Chamei a Vivi
para a reunião. Acho que éramos apenas nós três na sala três do 9º andar. A Fê,
com aquele jeito dela todo firme, seguro e feliz nos contou a história toda. Ela
começou mais ou menos assim...”Lô e Vivi, esse projeto foi um sucesso no outro
banco. Conseguimos mobilizar a empresa com ele. Todos, da matriz, entenderam o
que o cara da ponta fazia, todos os dias, para conseguir trazer o resultado
para o negócio. Blá, blá, blá...” E a gente foi ouvindo e anotando. Eu, para
falar a verdade, até aquele dia, não tinha conseguido, se quer, parar para ler
o PPT sobre o assunto. Acreditem, desde o início, eu tive acesso aos charts. Mas não tinha lido ou, eventualmente, tinha feito uma leitura
muito displicente do material. E a Fê continuou...”demos o nome de “LEVANTE E
ATENDA” porque, com esse tema, queríamos que as pessoas saíssem de suas mesas,
do seu dia-a-dia, fossem para a ponta e atendessem o telefone no lugar dos
consultores, que só faziam isso o dia todo...blá, blá, blá...” LEVANTE E ATENDA.
Esse era o nome do projeto. Ele não tinha nada de obsceno. Era um projeto
totalmente institucional, com jeitão de projeto corporativo, inclusive. E o
nosso mundo, meu e da Vivi, veio abaixo. Como eu explicaria para as pessoas,
que já tinham, há meses, o LEVANTANDO A TENDA na cabeça, que esse nome, na
realidade, era uma tolice de uma mente que pensa diferente como a minha? Mas eu
tive que encarar e fui adiante. Contei para todo mundo. As pessoas piraram. Até
hoje, quando voltamos a esse assunto, é uma gargalhada só. Muitos sabem dessa
história e mais tantos saberão agora, ao lerem o Blog. Só para finalizar, esse
projeto nunca foi implementado no Citi. Nunca demos foco nele. Quem sabe agora,
que estou contando essa história, não penso em retomá-lo? O projeto,
independentemente, dos acontecimentos, parece-me muito bom. Eu até acho que o
nome LEVANTANDO A TENDA inspiraria mais as pessoas. No mínimo, ele as
instigaria. E é isso. Essa história fez muita gente rir e até hoje faz. Eu
mesma, ao escrever esse texto, lembrei–me daquela época de forma saudosa. Valeu
CB e Fê. Vocês me inspiraram e continuam me inspirando. Espero que, um dia desses,
leiam essa baboseira toda e tanto quanto eu, divirtam-se e se relembrem do que passamos naquela época. E lá se foram quase três anos...o tempo é mesmo implacável!!!
hahahahaha - Ai Lô, tenho uma história bem parecida por aqui. Por minha causa, tem uma cara aqui que o apelido dele virou Peru. Qualquer dia eu te conto!
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