Caso Yoki! Monogamia Intolerante! Continuação...

As motivações

O promotor José Carlos Cosenzo disse, na tarde de hoje, terça-feira, dia 19 de junho de 2012, que a morte de Marcos Matsunaga teve duas motivações: dinheiro e o medo da perda do casamento. Elize Matsunaga confessou o assassinato do marido porque, segundo o promotor, ela estava assistindo a um filme do qual já tinha sido protagonista. Se vocês leram o meu texto do dia 10 de junho, saberão que o meu marido, o Luiz, achou que esse episódio nada tinha a ver com monogamia, com ciúmes, mas com o bem estar da assassina, com o fato dela saber que poderia perder tudo que tinha conquistado. E não é que ele estava, parcialmente, certo? Dinheiro e medo de perder o casamento, que estava, evidentemente, frágil? Pode ser. De qualquer maneira, o Luiz e eu acabamos de ter uma discussão, saudável, sobre o assunto. Eu disse a ele que, em minha visão, a monogamia não tem, necessariamente, nada a ver com "amor". Somos monógamos por natureza ou por aculturação? Como escreveu, o psicanalista Adam Philips, em seu livro “Monogamia”, a monogamia é uma forma de reduzirmos, ao mínimo, as versões de nós mesmos. Monogamia é uma regra de conduta socialmente aceitável, que pouco tem a ver com amor, mas com restrição. Ciúmes, possessão, tédio, rotina...enfim, todas essas queixas sobre o casamento têm como origem o medo de ser traído e a vontade de trair, vontade essa que costuma ser recalcada em respeito às regras do jogo. É claro que não precisamos mudar nada se estamos felizes. Mas se não estamos, precisamos refletir, conversar, debater, assumir, encarar. Acreditem...há formas de não precisarmos ser denunciados por "homicídio triplamente qualificado": motivo torpe, meio cruel e ocultação de cadáver. Afinal, se não formos felizes, quem será por nós? Que burrice, hein, Elize? Acabou com a sua vida e com a vida de sua filha de apenas um ano. Se bem que, provavelmente, ela não vai se lembrar de nada do que houve em 2012 e ainda vai herdar R$ 218 milhões. E você, burrona?