Coisa Ruim INN, Santa Clara, Califórnia!

Desde 16 de agosto, não posto nada no Blog. Foram vários dias, simplesmente, sem escrever, mas também, vários dias escrevendo essa história. Para quem não tem preguiça de ler, pois esse texto está bem longo, e anseia por uma boa história...no mínimo divertida...sugiro devorar essa. Boa leitura!

No dia 10 de abril de 2000, comecei a trabalhar no Marketing da Divisão de Telecomunicações da Siemens. Nessa época, eu morava no Morumbi e essa Divisão de Negócios ficava na Anhanguera. Um trecho e tanto até lá. Todos os dias, eu pegava o meu caminho da roça e ia para aquela lonjura. Fiz isso durante quase cinco anos. Nos seis primeiros meses, não teve jeito, tive que ir pelas Marginais. Contudo, em outubro de 2000, o primeiro trecho do Rodoanel foi inaugurado. Aliás, agradeço ao Mário Covas por ter tirado esse projeto, de 1952, do papel e de ter entregue, pelo menos, esse trecho, facilitando, com isso, a ligação entre a minha casa e a Siemens. A sua falta de preguiça e aparente, genuína, preocupação com o contribuinte fez a minha relação com o meu trabalho mudar, mudar para bem melhor, veja você. Ainda em 2000, lá na Siemens, deparei-me com um tema, pelo qual, aliás, encanto-me até hoje, a Gestão do Conhecimento. Em meados da década de 90, a GC surgiu na empresa com uma série de iniciativas, não muito coordenadas. Mas em 1998, a alta administração patrocinou uma Comunidade de Prática de Knowledge Management, criando, naquele mês de julho, um escritório de Gestão do Conhecimento Corporativo. No final daquele ano, essa mesma alta cúpula decidiu que a intranet existente não mais servia como plataforma ideal. A fim de mudar esse cenário, a organização, usando uma equipe própria, partiu para o desenvolvimento de um novo sistema, desde o princípio. Foram dois anos até o surgimento da ShareNet, a plataforma tecnológica criada pela Siemens com o intuito de melhorar os serviços prestados aos clientes. Ela foi medrada, propositalmente, para ajudar as equipes de vendas, do mundo inteiro, a melhorarem suas habilidades de negociação. E no auge dessa fase toda, eu ingressei na Divisão de Telecom, bem no Marketing. Que sorte a minha, pois antes de trabalhar lá, sinceramente, não tinha ouvido falar, quase nada, sobre essa matéria. Foi um encantamento imediato. Quando soube da existência dessa ferramenta, a ShareNet, procurei saber mais sobre ela, estudá-la profundamente. Comecei a me interessar pelo assunto KM, comprei livros, conversei com pessoas de fora e da própria Siemens, na Alemanha, na China, na Malásia, em Portugal, na Austrália, com o intuito de me aprofundar no argumento. Entrei em sites, cadastrei-me em comunidades e fui me aperfeiçoando. Em uma dessas minhas buscas na internet, conheci uma pessoa, alguém que iria, sem que eu soubesse, fazer-me gostar, ainda mais, de GC. Seu nome é José Cláudio Cyrineu Terra, mais conhecido como somente Terra. Para mim, o maior conhecedor e estudioso brasileiro do tema. Dedica-se a ele há anos e acredita, verdadeiramente, no poder dessa disciplina, desse recurso estratégico, que faz com que o trabalho nas empresas flua com mais eficiência, qualidade e dedicação dos funcionários, simplesmente, porque os colaboradores passam a ser ouvidos e dividem suas opiniões com seus gestores, sentindo-se mais valorizados. Resultado óbvio? Pessoas que se sentem mais valorizadas trabalham com mais paixão e geram mais resultado para as organizações. Parece até uma equação simples, mas não é. Há que haver líderes que acreditam no alcance do bom trabalho por meio da motivação de seus funcionários. Infelizmente, não há tantos seres desse tipo dando sopa por aí. Essa característica de personalidade de líder é rara. Menos raro é vermos “chefes”, com banca de líderes, claramente despreocupados com o que pensam suas equipes sobre o negócio e menos preocupados ainda com o que esses mesmos times pensam a seu respeito. Dear chefes, não os meus líderes, é claro (rsrsrsrsrs...), quero dizer “chefes no geral”, aqui vai um dado importante para vocês: é impossível desenvolver uma equipe de alta performance, altamente comprometida, sem que a direção da empresa ouça o que têm a dizer seus funcionários. Nunca vi isso se concretizando sem uma escuta apurada dos altos executivos. Nunca vi. Nem hei de ver. Quando conheci o Terra, pela internet, logo li sua tese de doutorado – “Gestão do Conhecimento: aspectos conceituais e estudo exploratório sobre as práticas de empresas brasileiras” – defendida em 26 de março de 1999. Ela é genial. Recomendo. Se não me falha a memória, na própria tese achei seu e-mail. Se não foi na tese, foi em algum outro lugar na rede. O fato é que achei seu e-mail e escrevi uma mensagem para ele. Até cheguei a pensar que ele não leria o que escrevi, que o e-mail nunca chegaria ao Terra, mas me enganei. Ele não só leu a minha mensagem, como também respondeu, com muita elegância e toda sua simpatia. Desde lá, temos nos comunicando. Precisamente em 2002, quando ele estava finalizando o seu livro “Portais Corporativos – A Revolução na Gestão do Conhecimento”, ele chegou até mim, lá na Siemens. Embora tivéssemos trocados alguns e-mails antes disso, não nos demos conta, em primeira instância, de que éramos quem éramos. Ele foi parar lá na empresa porque queria colocar o case da ShareNet nesse livro. Como eu era a moderadora da ferramenta no escritório brasileiro, eu o recebi. Foi incrível quando descobrimos que eu era eu e ele era ele. Muito emocionante. Contei a ele tudo que tinha aprendido, sozinha e com ele, sobre Gestão do Conhecimento e tudo sobre a ShareNet. Meu nome até está mencionado em alguns de seus livros por conta desse nosso primeiro bate-papo ao vivo e em cores. Entre 2002 e 2003, participei, como palestrante, de algumas de suas aulas na FIA. Eu tinha muito prazer em falar sobre o assunto. Aliás, não sei por que parei de trabalhar com esse tema. Acho que é porque não me deparei, em minha jornada pós-Siemens, com empresas tão KM oriented como era o seu caso. Acho até que, ainda hoje, poucas pessoas sabem do que se trata esse tópico. Mas, enfim, naquele tempo, acho que posso afirmar isso aqui, com muita tranquilidade, tornei-me uma especialista em KM, tão conhecedora que o próprio Terra me convidou para fazer uma palestra sobre GC, no KM World & Intranets 2002 Conference & Exposition, em Santa Clara, na Califórnia. Fui speaker desse evento, das 13h45 às 14h30, na quarta-feira, dia 30 de outubro daquele ano. O nome da minha palestra foi Knowledge Sharing for Sales Organizations. Em 2003, aliás, fui para Montreal, Quebec, no Canadá, para fazer essa mesma apresentação no KM World & Intranets 2003. Uma pessoa, que tinha visto o meu speech lá em Santa Clara, convidou-me para participar do Intranets 2003 e lá fui eu para Montreal cumprir com o meu dever de fã do assunto. Assevero aqui, nessa parte da crônica, que a minha viagem internacional de 2003 foi muito, mas muito mais VIP do que a de 2002. E é sobre a minha ida, classe D, para a Califórnia que eu quero relatar nesse texto. Até aqui, escrevi sobre o conjunto de circunstâncias em que se produziu a minha jornada até os Estados Unidos, permitindo a vocês a correta compreensão da minha situação precária. Daqui em diante, vou detalhar os momentos indescentes que tive, para que todos saibam que a minha vida profissional já foi, sim, um perrengue desgraçado. Outrossim, quem achava o contrário disso? Foi, mais ou menos, em fevereiro ou março de 2002 que o Terra me chamou para fazer a palestra em Santa Clara. Sim, eu era a moderadora da ShareNet para todo o Brasil naquela época, mas ainda uma Analista de Marketing Plena. Eu nunca tinha tido nenhuma experiência como palestrante, ainda mais para uma plateia grande e fazendo uma apresentação em inglês, sem ter ninguém conhecido por perto! No máximo, tinha feito apresentações sobre as minhas atividades para clientes internos, fornecedores, mas nada tão grandioso como, sem dúvida, seria o KM World & Intranets 2002. Pois bem, o Terra, provavelmente, não sabia disso até agora, mas vai passar a saber...aqui vai, Terra...de fevereiro, ou março, até outubro de 2002, eu passei bem mal. Tive várias dores de barriga...fiquei sem dormir vários dias...pensei e repensei no convite muitas vezes...estudei sobre o assunto...desisti de ir...voltei atrás...fiz vários ppts, até chegar ao último modelo, sonhei com Santa Clara, mesmo sem nunca ter estado lá...enfim, a minha vida girou em torno da minha palestra durante quase oito meses. Eu, inclusive, casei-me, pela primeira vez, no meio desse caminho. Foi uma loucura. Não sou uma ás no Power Point, nem nunca fui, então, quando vi que não teria jeito, que eu iria mesmo para a Califórnia, para fora do país, fazer uma palestra, em inglês, para um bando de gente desconhecida, resolvi pedir ajuda. Eu não desistiria, portanto, precisaria de um anjo para me ajudar. O meu anjo foi o Arthur Beppler. Nunca vou me esquecer dele. Ele, pelo menos durante uns quatro, cinco meses, desses quase oito, sofreu comigo. Foram várias versões da minha apresentação até que chegássemos em uma, que eu considero, até hoje, perfeita. Ela ficou lindíssima...já naquela época. O garoto já era bom em 2002. Hoje, deve estar bombando no Itaú. Nós até inserimos um vídeo no meio dos charts. Os slides ficaram muito bons mesmo. Quando eu tiver meu novo Blog, eu os compartilho com vocês, leitores. Bom, chegou o dia de embarcar. Lá fui eu. Não vou entrar em mais detalhes ainda, mas preciso esmiuçar a história um pouco mais nesse momento, para que o que está por vir faça sentido. Vamos lá então. Eu, euzinha, tive zero de apoio da minha gestão para fazer essa viagem. Até que tentaram, mas não conseguiram, fazer-me desistir de tudo por esse motivo. Como escrevi acima, pensei, mais de uma vez, antes de embarcar, em mudar de ideia, mas eu nunca desistiria porque alguém estava se esforçando para que eu o fizesse, de jeito nenhum. Pelo contrário, acho que essa força contrária me fez não desanimar e ir. Contudo, embora tenha ido, vamos dizer que fui, mas numa condição bem minguadinha. Eu diria que a minha viagem foi nível viagem de Assistente do Assistente Junior do Analista de Marketing Pleno. Sem preconceitos, pois temos mesmo é que passar por todas essas etapas, mas tenho certeza de que a viagem da Gerente de Marketing não teria sido do nipe da minha...talvez nem a da Analista Sênior....como também não deveria ter sido a da Analista Plena, já que ela estava indo, para outro país, representar a empresa onde trabalhava. Mas fazer o que se a Analista tinha sido convidada no lugar de sua gestora? Essa foi a análise que fiz na época. Mas, pensando bem, fazendo essa mesma análise hoje, em 2012, não posso deixar de refletir sobre o seguinte: será que já existia esse tipo de coisa em 2002? Será que não foi coisa da minha cabeça de Analista Plena? Será possível, naquela época, há mais de dez anos, já haver escassez de líderes no mercado? Rsrsrsrsrs. Bom, não deve ter sido por acaso o convite a uma e não a outra, não é mesmo? Afinal, fui para Santa Clara de classe mais do que econômica. Dei a volta ao mundo até chegar lá. Hotel? A palestra seria minha, mas as despesas da viagem e da estada por conta da Siemens. No geral, isso não acontece. O organizador do evento, usualmente, paga todas as despesas dos palestrantes, mas não foi assim que a coisa funcionou na conferência de 2002. Já em 2003, sim, tive tudo pago pelos articuladores do evento. Pois sim. Voltando a 2002, como, nesse ano, obtive apoio “restrito” para a efetivação da viagem como um todo, tive que ficar no INN mais barato da cidade, independentemente dele estar localizado no meio da estrada. Eu mesma procurei um lugar, bem baratinho, para ficar...e o achei...na internet. Transporte do hotel para o local do evento? Eu também tive que me virar. E me virei mesmo. Lá chegando a Santa Clara, no aeroporto, peguei um taxi para o Coisa Ruim INN. Fiquei num lugar horroroso. Nem lembro o nome do hotel. Era no meio de uma estrada. Não tinha nada em volta, nem um posto de gasolina, nem um 7-Eleven. Na hospedaria, havia um monte de caminhões parados no estacionamento, que era, totalmente, ao ar livre. Meu Deus, pensei. Sabia que seria ruim, mas nem tanto. Juntei as forças que ainda me restavam e encarei. Fiz o check-in e fui encaminhada para o meu quarto. Show de horrores. Não tenho nem como descrevê-lo a vocês. Parecia quarto de hotel de filme de suspense...sabem aqueles hotéis em que, inevitavelmente, alguém será assassinado em algum momento da película? Pois é. Era assim. Eu ainda tive que dar uma gorjeta para o Bell Boy, que mais parecia um Bad Boy. Entrei no quarto, fechei a porta...tranquei-a com aquela corrente-trinco de porta, sabem? Olhei para tudo aquilo e pensei: por que raios estou aqui mesmo? Eu tenho que provar algo para alguém? Ainda bem que tinha levado minhas havaianas. Foram necessárias para que eu pudesse pisar no chão do banheiro e naquele carpete nojento. Tomei um banho, coloquei meu pijama e fui estudar a minha apresentação, que seria feita em dois dias. Eu tinha levado um notebook. Era o notebook da área de Marketing. Tive todo o cuidado, aliás tivemos todo o cuidado, o Arthur e eu, de gravarmos a apresentação em um CD e também no desktop daquela máquina, para não termos erro. Comecei a ver os slides e, de repente, no décimo segundo, pânico....cadê o vídeo, de cinco minutos, que eu mostraria nessa parte da palestra? Cadê? Comecei a vasculhar os arquivos, olhei a apresentação do CD, fiquei louca. Cadê o vídeo? Como seria a minha performance sem aquele vídeo? Além dele ser muito bom, de ter tudo a ver com o contexto, o que eu, naquela altura do campeonato, inventaria para colocar no seu lugar? Tava tudo tão estudado, tão decorado, tão interpretado mil vezes. Eu teria que falar, em inglês, por mais cinco minutos? Era isso mesmo? Não, impossível. Eu tinha que achar o vídeo. Mas não o encontrei. Já era tarde. Pensei em ligar para o Brasil, para o Arthur, mas desisti. Teria que esperar o dia seguinte amanhecer. É claro que não dormi a noite toda. Tinha nadado tanto, durante oito meses, para morrer na praia. Nem pensar. Quando deu um horário razoável, em que eu já poderia ligar para a Siemens e encontrar as pessoas, fiz a ligação do meu quarto. Consegui contatar o Arthur. “Arthur, socorro...o vídeo não está nem na minha máquina nem no CD... o que será que a gente fez de errado?” “É claro que está aí, Lô, nós o gravamos, lembra-se? Tá tudo certo.” “Eu não o acho em lugar nenhum, Arthur. Preciso desse vídeo.” “Lô, tenho certeza de que ele foi com você para os Estados Unidos...procure direito...você deve estar cansada.” “Cansada eu estou, Arthur, mas estou mais desesperada...você nem imagina...eu já teria achado esse vídeo se ele tivesse aqui na Califórnia comigo. Ajude-me.” “Puts, pensando bem, Lô, acho que a gente gravou a apresentação no desktop, mas nos esquecemos de também gravar o vídeo. O slide do vídeo deve estar sem o link para ele...dê uma olhada e veja se não é esse o problema.” E foi na mosca. Não tínhamos gravado o vídeo nem na máquina  nem no CD. “Lô, espera aí que eu já te ligo.” “O que você vai fazer, Arthur? E agora?” “Eu já te ligo.” Depois de uns quinze minutos, o telefone tocou. “Lô, já sei o que vou fazer. Vou colocar a sua apresentação, com o vídeo, na FedEx Express. O CD vai chegar aí amanhã.” “Amanhã? A que horas? A minha apresentação é amanhã, às 13h45. Vai dar tempo?” “Fique tranquila. O pacote vai chegar até você antes desse horário.” “Será, Arthur? Não tem mesmo outro jeito? Não dá para me mandar a apresentação por e-mail?” “Não, Loraine...se não for assim, não vamos conseguir. O vídeo é muito pesado. A apresentação está muito pesada, pois tem muitas imagens. Só vai dar certo se for assim.” “Tá bom, Arthur, então, vá lá e, por favor, faça o que tiver que ser feito para esse negócio chegar até mim.” E lá deve ter ido ele. Eu, por minha vez, mais sem forças ainda, fui me arrumar, pois tinha que ir para o primeiro dia do evento. Fora isso, eu também tinha combinado de encontrar o Terra, um pouco antes do início do KM World, para que fechássemos a dinâmica da nossa apresentação. Tomei outro banho, vesti-me e fui para a recepção do hotel. Quando cheguei lá, além dos caminhoneiros, que estavam tomando café da cafeteira, havia uma série de indianos atrás do balcão. “Good morningui!”…disse um deles. “Good morning! Can you get me a cab, please, Ma’am? I am heading to the KM World & Intranets Conference & Exposition.” “Justi a sencondi, laidi!” A mulher pegou o telefone, ligou para alguém e mandou o hindi. Aquele diálogo, realmente, pareceu sânscrito para mim. Cruzes. Onde eu tinha me metido? “Laidi, Mr. Naresh is goingui to bi hiri no longuer than twenty minutis, ok?” “Thank you, Ma’am! I’ll wait for him outside!” “Ok! Wouldi you liki some coffii, Diar?” “No, thanks, Lady. I’m fine!” E fui lá pra fora esperar pelo Naresh e tomar ar…eu, realmente, estava precisando de muito extra air. Quem seria o tal do Naresh, pensei? Poderia eu confiar nele? Será que ele, de fato, iria me levar para o evento? Mais uma vez, veio-me à mente aquela minha mesma questão do dia anterior...por que mesmo estou aqui...tenho que provar algo para alguém ou sou mesmo maluca? Enquanto tomava meu ar, entre os diversos caminhões, vi um mega Lincoln Navigator 2002 adentrar ao estacionamento. Seria o Naresh, pensei? Que carro é esse? Ele não deveria ter um taxi amarelo? “Mrs. Loraini, is thati you?” “Yes, I am Loraine. Are you Naresh?” “Yes, I am Nareshi, from India. Nici to meeti you!” “Nice to meet you too, Mr!” “Letis go, Laidi?” “Yes, Naresh, let’s go to the event.” E lá fomos nós. Eu me sentei ao lado dele. Não quis me sentar “nos bancos” de trás. Era tanto espaço vazio. Preferi ficar perto do indiano. E foi melhor mesmo. Conversamos o caminho inteiro, até chegarmos ao local da Exposition. “Naresh, can you pick me up at 7 PM, please?” “Yes, Laidi, I can picki you up, yes.” “Ok, then.” “Ari you paying now, Laidi? It’s forti buckis!” “Forty bucks?” “Yes…it’s forti buckis to come and forti buckis to taki you backi to the hotel. Do we havi an agreementi, Laidi?” “Yes, Naresh, we are agreed. Here is the money. Can you give me a receipt, please?” “Yes, I can. Heri it is.” “See you at 7 PM, then.” “Sii you. Havi a nici eventi, my Laidi!” “Thanks, Mr.!” US$ 40 dólares para ir do hotel para o Centro de Convenções e US$ 40 dólares para voltar de lá para o hotel? Seriam US$ 80 dólares, mais a taxa, por dia. Com esse valor, eu, provavelmente, poderia ter ficado no hotel do evento. Será? Preferi não pensar nisso. Nem fui verificar o valor da diária do hotel do Convention Center Exhibit Hall. Não teria sido possível ficar lá...no way. O melhor foi não raciocinar também sobre aquilo naquele momento e conceber que eu só estava passando por uma provação, pela qual tinha que passar, para poder evoluir como ser humano. Mudei o foco e fui procurar o Terra. O lugar era grandioso. Lindíssimo. Logo na entrada, peguei a minha credencial e todo o material da convenção. A minha pasta era diferente das demais pastas. Eu recebi a pasta de speaker. Nossa. Antes não tivesse recebido aquela pasta. Ela me fez lembrar que eu teria que fazer uma apresentação, em inglês, no dia seguinte e que o meu lindo vídeo tinha ficado no Brasil. Gelei novamente. Paralisei. “Loraine! Is that you?” “Sim, Terra, sou eu sim! Tudo bem? Chegou hoje?” “Não, Loraine, estou aqui desde ontem?” “E aí, fez boa viagem?” “Fiz sim, Terra. Foi tudo tranquilo.” “Já está instalada? Você ficou aqui no hotel com a gente, né?” O que? Como assim? Que pergunta foi aquela? Será que eu podia ter ficado lá sem que a Siemens tivesse que pagar nada pela minha hospedagem? Estaria, pelo menos a hospedagem, no pacote dos palestrantes? Preferi, mais uma vez, não ir a fundo na história, para não ficar mais nervosa. “Não, Terra, acabei não conseguindo vaga para ficar aqui no hotel. Mas estou perto daqui, em um Marriott, sabe?” Foi o que veio a minha mente na hora. “Sei sim. Esse hotel é ótimo. Eu fiquei lá quando estava fechando a nossa, minha e sua, participação no evento, faz uns meses.” “É bom mesmo, Terra.” “Já pegou o material, né?” “Sim, já está tudo aqui comigo.” “Vamos, então, bater um papo sobre a nossa apresentação de amanhã?” “Vamos, vamos sim.” E lá fomos nós, para uma das salas, conversar sobre a dinâmica na nossa apresentação. Ele faria uma introdução breve, falaria sobre o seu livro e diria que tinha levado para lá, para Santa Clara, uma pessoa que falaria sobre um dos cases escritos por ele no livro, a Loraine Ricino, from Siemens. “Tá bom assim, Loraine?” “Tá ótimo, Terra. Acho que vai ser ótimo. Vai dar tudo certo.” “Você já viu que o nosso local de apresentação será o auditório do Convention Center?” “O auditório?” “Sim, o auditório. Legal, né? Tivemos muitos inscritos, então, eles nos colocaram no auditório.” “Nossa, que legal. A gente já está dando ibope, Terra, antes mesmo de termos dado a palestra.” “Pois é...vai ser ótimo mesmo.” “Sem dúvida, sem dúvida.” O que? Auditório? Gelei mais uma vez. Quantas pessoas estariam inscritas? Por que eu teria que fazer a minha palestra em um auditório? Tinha tanta sala menor no Centro de Convenções. Que nervoso. Só eu sei. O Terra teve que ir fazer alguma coisa e eu segui para o evento, para assistir às palestras. Queria ver o nipe das pessoas, até para que me preparasse melhor. Até parece que daria tempo para melhorar alguma coisa. Naquela altura do campeonato, só daria mesmo é para piorar. Se o vídeo não chegasse a tempo, eu estaria perdida e, pior, arruinaria a apresentação do Terra. Mas procurei tirar esses pensamentos maléficos da mente e fui para a minha primeira palestra do dia. Não hesitei...escolhi uma pelo lugar e não pelo tema...ela começaria, em dez minutos, no auditório, é claro. Eu tinha que conhecer o maldito auditório. Quando cheguei lá, passei mais mal ainda. Pareceu enorme, uma sala de espetáculo. Não, eu não conseguiria me mover nem falar nada em cima daquele palco. Vou embora daqui. Vou arrumar as minhas coisas agora e voltar para o Brasil, de onde nunca deveria ter saído. “Calma, Loraine. Você não desistiu até agora...está tão perto do triunfo...não desista, não desista!!!” Esse foi o meu cérebro falando comigo mesma. “Acalme-se. Vai dar tudo certo!” E resolvi me sentar, para relaxar um pouco. Sentei-me, lá no fundo. Queria ver o que os inscritos na minha palestra veriam quando eu estivesse ali na frente. Veriam tudo e mais um pouco. Eu estaria exposta, completamente exposta. E meus pensamentos foram por aí. Prestar atenção no palestrante? Nem pensar. Não consegui. Enquanto estava ali, elocubrando e fingindo compenetração, notei que, sentados do meu lado direito, na plateia, havia dois homens. Um deles, o mais novo, estava prestando uma atenção danada na palestra. Já o mais velho, o que estava sentado bem ao meu lado, estava quase dormindo. Não pude deixar de olhar para ele, fixamente. Por alguns instantes, ver aquela cena bizarra me deixou mais leve. Aquele senhor, coitado, abria os olhos, que muito lutavam para se manter abertos, mas logo se fechavam. O sono era, nitidamente, mais forte do que ele. Ele tentou se manter acordado por várias vezes. Eu fui testemunha. O rapaz mais novo, sem que todos, ao redor, percebessem, dava altos cutucões no mais velho. O intuito, achei eu, era não deixar que o senhor passasse um vexame quando começasse a roncar, pois isso, inevitavelmente, aconteceria. Reparei, então, que os dois estavam juntos, caso contrário, o mais novo não teria dado tantos safanões no mais velho. Ele não teria feito aquilo se um não conhecesse o outro. Impossível. De repente, aplausos. A palestra tinha acabado. Peguei o meu livrinho, com os dados dos workshops e das apresentações, e escolhi o que seria o meu próximo colóquio. Segui em direção a nova sala. O lugar era tão gigante que demorei a cruzá-lo para chegar no outro pavilhão. Lá chegando, logo achei a sala. Não se tratava de um auditório. Aquela era uma sala bem menor. Seria perfeita para mim, pensei. Por que não me puseram para falar em uma sala como aquela? Sentei-me, pois o discurso já iria começar. Quando olho para o lado, novamente o direito, quem vejo? Os dois, o rapaz mais novo e o senhor sonado do auditório. Caramba. Eles estão me seguindo. Resolvi abrir o diálogo. “Hello!” “Well, hello, Ma’am! How are you?” “I am fine and you?” “Fine! What are you doing here?” “Well, I am here because I am going to be a speaker in this event!” “Seriously ?” “When?” “Tomorrow, at 1h45 PM!” “What is your name, asked me the old guy?” “I am Loraine Ricino.” “Loraine Ricino? Are you the one who is going to speak of Knowledge Sharing in Sales Organizations?” “Yes, I will be the one talking about it, Sir.” “How nice, Loraine. We have registered for you presentation.” “Really? How nice. I hope you like it.” “We sure will, Loraine. You are from Brazil, aren’t you?” “Yes, I am.” “We are from Texas. My name is Bill and his name is Dwight. We live in Dallas and work for Kimberly-Clark. We are from the sales department.” Nossa, pensei…esses caras vão mesmo assistir à minha palestra. Estou perdida. Por que fui conhecer pessoas que me assistiriam falando? Pra quê? “And how long have you worked for Kimberly-Clark?” “I have worked there for all my life. Dwight has been there for only a couple of years. I am his mentor.” “Really?” “Yes, really. Working for this company has been a life time pleasure for me.” Caramba, o senhor era feliz mesmo. Gostava do que fazia e ainda, aparentemente, tinha o maior prazer em ensinar quem tomaria o seu lugar no futuro próximo. Bacana aquilo, pensei. Devia ser a cultura da Kimberly. Logo me interessei em saber mais sobre aquela organização. Tivemos que nos calar, pois a palestra começou. Ela durou uns cinquenta minutos. Fizemos uma série de perguntas e partimos para a próxima. Dessa vez, cada um foi para um lado. Assisti a mais umas duas apresentações e quando me dei conta, já eram quase 7 PM. Fui para o Foyer do Centro de Convenções. O Naresh chegaria em instantes. E realmente chegou, pontualmente, no horário combinado. “Hi, Naresh!” “Hello, Laidi. How was your day?” “It was great, Sir, great.” “Letis go backi to the hotel, Laidi?” “Yes, Naresh. Thank you.” E lá fomos nós, de volta ao hotel. O Terra até tinha me convidado para jantar com um grupo do Canadá, o qual estava acompanhando, mas eu disse a ele que estava muito cansada e que precisava me concentrar para a palestra do dia seguinte. Ele entendeu. Chegando ao Coisa Ruim INN, fui direto para o meu quarto, mas não sem antes pagar a corrida da volta ao indiano, pegar o recibo e combinar com ele a ida do dia seguinte para o evento. Quando entrei no quarto, lembrei-me de que aquele lugar era mal frequentado, nojento, desorganizado e barulhento. Voltou-me toda aquela sensação zero glamour do dia anterior e daquela manhã. Não é que eu até tinha conseguido parar de pensar na minha hospedagem durante o tempo em que fiquei no Centro de Convenções naquele dia? Quanto contraste, pensei. Não tive nem coragem de pedir nada para comer. Mas também estava sem fome. Meu estômago estava embrulhado. Eu não parava de pensar no meu vídeo, que teria que chegar, no hotel, antes do Naresh me pegar no dia seguinte, na minha apresentação e nos lençóis, toalhas e travesseiro repudiosos que eu, por mais uma noite, teria que enfrentar. Resultado dessa mistura bombástica de sensações? Mais uma noite sem dormir. Fiquei contando carneirinhos a madrugada toda, só esperando o dia amanhecer. E assim foi. O sol nasceu, pulei da cama, tomei banho e me arrumei. Depois de tudo isso, aí que resolvi ver que horas eram. 7h45. Ainda? Ainda. O Naresh só iria me apanhar às 10h. Eu tinha combinado esse horário com ele por causa do CD. Resolvi, então, recostar-me em uma poltrona lá do quarto e, sem que tivesse a intenção, cochilei. Acordei, assustada, com o telefone do quarto aos berros. Era a recepção, avisando que o motorista tinha chegado. Despertei daquele sono profundo ás 10h05. Que susto. Ainda meio sonada, catei as minhas coisas e saí correndo para a portaria. Teria o pacote da FedEx chegado ao hotel? Meio cambaleante, com os olhos cheios de areia, avistei aquela mega barca me esperando. Fui direto para lá. “Naresh, here I am. I apologize for my lateness. Can you wait for me a little bit more, please? I will have to check if a FedEx package I was expecting has arrived from Brasil.” “Ok, laidy, go for it.” Saí, novamente, correndo. Cheguei, esbaforida, à recepção, doida para pegar a minha caixa da FedEx Express. Que nada. Ela não tinha chegado. O pior vocês não sabem. O FedEx delivery guy já tinha passado por lá. Fazia uns quinze minutos que tinha ido embora. “Are you sure Ma’am?” “Yes, I am pritti suri!” O fim do mundo tinha chegado. Onde estaria o buraco para eu me enfiar? Era o fim. A minha apresentação seria um fiasco. Fui para o carro do Naresh, que me esperava muito calmamente. Entrei no carro, calada, e assim permaneci por um bom tempo, até que ele não se aguentasse e me perguntasse se eu precisava de algo, se estava tudo bem. Contei a ele toda a história. Foi até bom, porque eu precisava mesmo desabafar e não faria isso com o Terra e nem com aqueles dois texanos. Fui deixada no Centro de Exibições por ele e segui a minha vida. Fui atrás das palestras que queria ver, até para tentar encaixar algo no meu speech. Faltavam cinco minutos de fala por causa da falta do vídeo. Era mais fácil eu tentar encaixar algo na apresentação do que raciocinar mais sobre a ShareNet ou sobre o bem que ela tinha feito para a força de vendas da Siemens. Eu não conseguia mais pensar naquilo. E assim foi o resto da minha manhã, uma tentativa de construção de cinco minutos de fala. Às 12h25, lembro-me bem, saí de uma palestra e segui para o auditório, onde faria a minha. O almoço era das 12h30 às 13h45. Aliás, esqueci de relatar essa parte. O meu colóquio seria após o almoço. É mole? Ainda mais essa. Enfim, dirigi-me ao auditório. Devo ter chegado lá às 12h35, pois eu estava do outro lado do mundo. Quando cheguei, eu ainda me deparei com os últimos participantes da palestra que tinha acabado de ser dada. O anfiteatro ficou, rapidamente, vazio. Fui lá para o palco. Pedi a ajuda de uns caras que estavam lá e já fui ligando o meu notebook nos cabos. Eu sabia que o Terra só iria me apresentar verbalmente, então, já pude plugar o computador, sem problemas. Fiz os testes com os rapazes. Estaria tudo certo...não fosse a falta do vídeo. O meu coração batia tão forte que eu nem sei como conseguia respirar. Nem sabia mais por que estava tão ansiosa. Não sabia se era pela falta do vídeo, pela situação do hotel onde eu estava hospedada, pela apresentação em si. Não tinha como saber. Resolvi não pensar no motivo, só em reunir mais forças para conseguir atravessar aquela tormenta da melhor forma possível. Umas 13h15, mais ou menos, surgiu uma pessoa, que parecia da organização do evento, lá no topo do auditório. “Are you Mrs. Ricino?” “Yes, I am.” “Ma’am, do you know Mr. Naresh?” “Yes, I do know him. Is everything ok?” “I guess, Ma’am. He has just left the Exposition Center. He has insisted he wanted to talk to you, Ma’am, but we could not let him.” “Did he tell you what he wanted with me?” “Yes, he did.” “He told us to tell you that he was sure that you were going to do a great job today…and asked us to deliver this FedEx box to you.” “Really?” “Yes, really. Were you expecting this package? Is everything all right?” “Yes, everything is just perfect now. Thank you very much!” “You’re welcome.” Inacreditável. Quinze minutos antes da minha apresentação começar, o CD havia chegado às minhas mãos. Ainda deu para testá-lo. Eu não podia acreditar no que tinha acabado de acontecer. Aquele indiano avarento, mas muito simpático, de inglês precário, dono de um carro estranhíssimo, tinha me ajudado...e muito. Até o meu nervosismo tinha ido embora. O Terra me apresentou, para aquelas mais de cem pessoas, eu surgi no palco e falei, ininterruptamente, por quarenta e cinco minutos, sem titubear. Senti-me como se o inglês sempre tivesse sido a minha língua materna e como se Gestão do Conhecimento fosse o meu sobrenome. Fiz a plateia rir e interagir comigo por várias vezes durante o speech. Fizeram várias perguntas no final. Para responder algumas delas, precisei da ajuda do Terra. Para mim, era mais fácil responder do que entender o que tinha sido perguntado. Mas fui bem, no geral, fui muito bem. Deu tudo certo. O vídeo? O vídeo foi o maior sucesso. Mas foi só coadjuvante...rsrsrsrsrs. Depois de tudo aquilo, senti-me pronta para outras. Ainda bem, pois essas outras vieram. Nunca vou me esquecer de quatro pessoas, fundamentais para que essa passagem da minha vida não tivesse sido um fiasco. Do Arthur Beppler, que tanto me ajudou, desde a concepção da minha apresentação até os minutos antes de eu tê-la feito...ele esteve comigo durante todo o percurso..., do Naresh, pelo qual, no começo, não tinha dado nada, mas que se demonstrou uma pessoa sensacional...ele foi fantástico comigo...e dos dois texanos, que não só assistiram à minha palestra, fazendo inclusive perguntas, como me apresentaram ao melhor pão do mundo, o Rosemary Bread..., além de terem pago a minha conta do jantar daquela noite. Comer era algo que eu não fazia há tempos. Acabei conversando bastante, após a minha apresentação, com os americanos. Eles se interessaram muito pelo assunto e pela ferramenta da Siemens. Para que o papo continuasse, chamaram-me para jantar. Levaram-me a uma rede de restaurantes chamada Romano’s Macaroni Grill. Sabem a franquia “O Melhor Bolo de Chocolate do Mundo”? Nem acho tão bom assim, mas enfim... a marca é ótima. Pois bem...se eu fosse do Marketing do Macaroni, passava a chamar a minha chain de “O Restaurante que Tem o Melhor Pão do Universo”! O Rosemary Bread, para quem gosta de pão, deve ser experimentado, pois ele é extraordinário, abissal mesmo. Terra, é claro que não me esqueci de você....nem nunca vou me esquecer. Sem você, nem o Naresh eu teria conhecido nessa encarnação, então, além de tudo que fez por mim, você ainda me proporcionou essa alegria. Estamos prestes a nos reencontrar. Como sempre, será um grande prazer rever você. Prometo voltar a me dedicar ao KM. Nunca deixei de acreditar no poder dele, mas, confesso, tenho estado distante do tema há algum tempo, infelizmente. But it’s never too late! Ops...já ia me esquecendo de contar que depois do jantar daquela noite, os texanos me levaram de volta para o Coisa Ruim INNN. Sério? Seríssimo. E você deixou? Você não tinha dito a todos que estava hospedada no Marriott? Tinha sim. Mas, para falar a verdade, quis mais é contar toda a história para eles e mostrar que eu, realmente, tinha feito um “GOOD JOB!!!”. Foram tantas lutas e adversidades até chegar ali que eu podia ter desistido. Mas não desisti. Pelo contrário, fui até o fim. Com o Naresh ainda falo de vez em quando, por e-mail. Com os americanos, faz uns cinco anos que não falo. Sei que o Bill já se aposentou. Com o Arthur, infelizmente, nunca mais falei. Com o Terra, voltarei a falar amanhã, dia 4 de setembro de 2012. Sobre a Gestão do Conhecimento? Quem sabe não volte a me dedicar a ela um dia desses?

 


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