Dormir para quê mesmo?
Faz tempo que não
escrevo. Desde o dia 14 de janeiro. Não pode ser um bom sinal.
Mas, ultimamente, tenho me sentido tão cansada que acabo me deixando levar pelo sono.
Vejam só. Que grande bobagem. Ser levada pelo sono.
Que tal deixarmos para dormir, pra sempre, quando morrermos?
Portanto, ele não deve ser tão essencial assim, pois continuamos vivinhos da silva.
Não disseram que a pessoa que viverá até os 150 anos já nasceu?
Mas, ultimamente, tenho me sentido tão cansada que acabo me deixando levar pelo sono.
Vejam só. Que grande bobagem. Ser levada pelo sono.
Que tal deixarmos para dormir, pra sempre, quando morrermos?
Embora digam que o
bom sono emagreça, rejuvenesça, penso que, nos dias de hoje, nessa correria
insana do nosso dia-a-dia, ele mais atrapalha do que emagreça e remoce. Não?
Primeiro porque são raras as pessoas que, de fato, têm um bom sono. Começa por aí.
Primeiro porque são raras as pessoas que, de fato, têm um bom sono. Começa por aí.
Embora seja um dos
fatores mais importantes das nossas vidas, tem atrapalhado o nosso convívio com
as nossas famílias, com os nossos filhos.
Se não tivéssemos
sono, analisem, passaríamos mais tempo com eles.
Que equação mais
fácil de ser resolvida.
Trabalharemos,
tranquilamente, horas a fio, focalizados em nosso ganha pão, afinal precisamos laborar,
e, sem complexos, sem corações partidos, sem culpas, voltaremos para os nossos
lares, a hora da noite que for, bem serenos, sabendo que ainda nos restarão boas
horas com os nossos rebentos e cônjuges, já que não precisaremos mais dormir.
Para quê dormir?
Pra que ficar
tentando passar um terço da vida de olhos fechados, fazendo nada, sonhando com
o impossível?
Se o sono fosse, de
fato, tão essencial, todos os executivos que conheço, pelo menos os de São
Paulo, já teriam passado dessa para melhor...os coitados dormem tão pouquinho.
Não bastassem as
diversas horas que passam nas organizações, ainda têm que enfrentar o trânsito,
que ainda não chegou ao patamar do trânsito da Cidade do México, mas tá quase lá.
Portanto, ele não deve ser tão essencial assim, pois continuamos vivinhos da silva.
Manter-se saudável,
ter uma melhor qualidade de vida, aumentar a longevidade? Para quê mesmo?
Para trabalharmos mais?
Para trabalharmos mais?
Eu continuo a favor
de não dormirmos para podermos brincar mais com os nossos filhos.
O importante é passarmos
mais tempo com quem realmente importa. Isso sim seria um motivo genuíno para
que a nossa qualidade de vida fosse a melhor do mundo.
Sabiam que dizem por
aí que o sono consolida a memória e relaxa a musculatura?
De quem?
Só ser for dos Budas
tibetanos.
Esses caras quase
conseguem ficar sem pensar em nada, por
alguns segundos, mas quase conseguem. Por que não poderiam ter a memória
totalmente consolidada e a musculatura relaxada? Se eu não pensasse em nada,
também teria.
Sabem o que houve com
pessoas, jovens, que foram impedidas de dormir por um período?
Os seus organismos
puderam ser comparados a de pessoas de mais de 60 anos. Os seus níveis de
insulina passaram a ser semelhantes aos dos diabéticos.
Pobre ratinhos, que
também participaram desse estudo, como cobaias, é claro, morreram depois de dez
dias sem dormir, pois tiveram infecção generalizada.
Mas não é disso que
estou falando. Não é a infecção generalizada que prego. Não, não não.
Nada disso
aconteceria com a gente.
Nós, simplesmente,
não precisaríamos dormir, pois nasceríamos sem essa necessidade fisiológica.
É como se nascêssemos
sem dentes do siso, sem apêndice, sem muito pelo...e sem sono.
Nasceríamos parrudos
o suficiente para trabalharmos 16 horas por dia e para passarmos mais 8 horas
diárias com os nossos amados.
Até poderiam ser 7
horas com os nossos queridos e 1 hora fazendo uma ginastiquinha, uma massagem
básica, um shiatsu localizado ou qualquer outra coisa que nos apeteça.
Digo isso porque não dá para subtrair horas do trabalho, não é mesmo? Mesmo se não dormíssemos. Imagina. Impossível. Onde já se viu uma coisa dessas?
Digo isso porque não dá para subtrair horas do trabalho, não é mesmo? Mesmo se não dormíssemos. Imagina. Impossível. Onde já se viu uma coisa dessas?
Mas voltando, o nosso
desempenho físico e mental não seria afetado por causa da falta de sono.
Pelo contrário. O
fato de termos as nossas 8 horas, ou 7, com as nossas famílias faria com que fôssemos
mais auspiciosos.
Nada de saudades, de culpas,
de mal estares, nada de filhos chorando, maridos e esposas ávidos por carinho e
afeto. Que nada. Eles até ficariam cansados de tanto nos ver.
Já pensaram que genial..."Amor, não acha que temos ficado muito tempo juntos ultimamente? Acho que precisamos dar mais espaço um ao outro. O que você acha?" "Mãe, pai, não aguento mais vocês no meu pé durante todas essas 8, ou 7, horas. Vocês não têm que voltar para o trabalho não?"
Já pensaram que genial..."Amor, não acha que temos ficado muito tempo juntos ultimamente? Acho que precisamos dar mais espaço um ao outro. O que você acha?" "Mãe, pai, não aguento mais vocês no meu pé durante todas essas 8, ou 7, horas. Vocês não têm que voltar para o trabalho não?"
Pronto, essas
perguntas nos deixariam tranquilos, desprovidos de delitos.
Os mais insanos
poderiam até ir mais cedo para o trabalho, antes do sol raiar.
Quanto desprendimento.
Quanto desprendimento.
Seria a civilização
do terceiro milênio resurgindo...the
third millennium zombies.
Não disseram que a pessoa que viverá até os 150 anos já nasceu?
Pois é. Os zombies,
aparentemente, também durariam muito.
Lembram-se dos pobres
ratinho que morreram depois de ficarem dez dias sem dormir?
Só morreram porque
precisavam dormir, pois ainda tinham essa necessidade fisiológica. Se não
tivessem, não teriam desenvolvido infecção aguda.
Se nascermos sem essa
necessidades, duraremos mais. Não?
Que tal essa minha
proposição? Não dormirmos mais para termos mais tempo com a família?
Acham que inverti os
valores?
E essa foi a intenção mesmo.
Meu pai, quando acabou de ler esse texto, disse-me que eu havia me espelhado nas crônicas machadianas para escrevê-lo. Prova disso, segundo ele, foi o meu "protesto encrespado" e a minha inversão de idéias.
Pra falar a verdade, não pensei em Machado de Assis quando estava escrevendo. Mas acho que o meu pai tem lá uma ponta de razão.
Machado de Assis...o mestre da ironia.
De qualquer maneira, eu só quis fazer uma provocação...bem humorada...talvez um pouquinho irônica sim, por que não?
Meu pai, quando acabou de ler esse texto, disse-me que eu havia me espelhado nas crônicas machadianas para escrevê-lo. Prova disso, segundo ele, foi o meu "protesto encrespado" e a minha inversão de idéias.
Pra falar a verdade, não pensei em Machado de Assis quando estava escrevendo. Mas acho que o meu pai tem lá uma ponta de razão.
Machado de Assis...o mestre da ironia.
De qualquer maneira, eu só quis fazer uma provocação...bem humorada...talvez um pouquinho irônica sim, por que não?
Demorei 36 anos para
entender e descobrir o que, de verdade, fará sentido para mim daqui a alguns
poucos anos...e estou indo atrás desse novo caminho.
Ir atrás do novo
caminho é cansativo, é desgastante?
Nossa, demais.
Nossa, demais.
Além do mais, passo
menos tempo ainda com a minha família...e durmo bem menos também...mas não a
ponto de ter uma infecção como a dos ratos. Tá tudo controlado.
Nesse momento, tenho
dois trabalhos. O meu e a busca pelo também meu, mas o novo.
Garanto que deixar de
dormir para passar mais tempo com a minha filha não é uma aspiração que tenho.
Falta ação, decisão e
menos falação.
É como sempre digo e
repito...procurar outro trabalho, dá um trabalho desgraçado, então, é bom
começar logo.
Aprender dá trabalho,
então, é bom não ter preguiça. Vá estudar.
Mudar o rumo da vida
dá mais trabalho ainda, mas ele não consegue mudar sozinho.
Sendo assim, abaixo à
preguiça...afinal, dormir para quê? Que perda de tempo.
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