A Bruna Surfistinha dos ativistas!

De um lado Elisa Quadros Pinto Sanzi, conhecida como Sininho, 28 anos, moradora de Copacabana, um dos bairros mais caros da América Latina, nascida em Porto Alegre, de uma família de militantes.

Do outro lado uma mendiga, sem nome, desconhecida, moradora das calçadas da Av. Paulista, em São Paulo, um dos metros quadrados mais baratos do país, já que ela não paga nada para morar lá, nascida sabe Deus onde, de uma família que talvez na exista mais.

De um lado Sininho, personagem dos protestos violentos ocorridos no Rio de Janeiro (um deles matou o cinegrafista da Band Santiago Andrade).

Do outro lado a mendiga, personagem das ruas de São Paulo (não deve ter matado ninguém em protestos violentos).

De um lado Elisa, que costuma dizer que veio de uma família de petistas, ingressou no Curso de Cinema da Universidade Estácio de Sá, mas descuidou dos estudos, pois não se sentia, segundo ela mesma, feliz fazendo propaganda para o capitalismo.

Do outro lado a mendiga, talvez até petista, que não ingressou em nenhum curso superior, mas que não se descuidou dos estudos, pois tinha a convicção de que o mundo não se resumia a ela.

De um lado Tinker Bell, que diz lutar por um país livre.

Do outro lado a mendiga, que luta por uma mente mais livre.

De um lado a imbecil da Sininho, que está sempre com os mascarados, que praticam táticas black bloc, e que não deve ter ideia do que é morar na rua.

Do outro lado a mendiga, que mesmo morando na rua, deve ter noção do que são as táticas anarquistas apoiadas por Elisa.

De um lado Sininho, que deveria se manter presa pelo crime de formação de bando, contra a Paz Pública, previsto no art. 288 do Código Penal.

Do outro lado a mendiga, livre e solta, a favor da psicanálise, da investigação da psique humana.

De um lado Dona Sanzi, que deve achar que não tem mais nada para fazer da vida, além de articular o grupo de ativistas, responsáveis pelos violentos protestos no Rio de Janeiro.

Do outro lado a mendiga, sem nome, sem documento, moradora de rua na Av. Paulista, São Paulo, que deve achar que a análise do inconsciente do homem a levará a algum lugar.

Pois é, hoje à noite, andando pela Av. Paulista, vi esta desconhecida, uma mendiga, deitada em um colchão, na calçada, lendo Quando Nietzsche Chorou. E este não era o único livro de sua posse. Havia também, ao seu lado, o livro Os outros em Lacan – Psicanálise Passo a Passo.

De um lado a Sininho, petista ridícula, provavelmente refugiada no consulado do Uruguai, no Rio, pedindo asilo político.

Do outro lado a mendiga, procurando instruir-se e aprender durante toda a sua vida...dure ela o que durar.

De uma lado a menina de classe média, a Bruna Surfistinha dos ativistas, perturbando a Paz alheia.

Do outro lado a mendiga, a leitora de livros das ruas de São Paulo, aliviando sua inquietude interior sem perturbar ninguém...só na Paz.

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