Mãe

Tive uma manhã muito tocante hoje cedo. Foi a festa de Dia das Mães na escola da minha filha.

Engraçada a minha reação. Não que nunca tenha ficado como fiquei, tocada, emocionada, ao ver suas apresentações, pois sempre fico, mas hoje foi diferente. E foi diferente porque ela estava comovida, buscando minha presença, rastreando meu olhar, minhas reações a cada encenação, a cada novo ato.

Ela fez pra mim, olhando dentro dos meus olhos, verificando minhas reações. Não é mais um bebê. Queria saber como eu estava me sentindo naquele instante, pois ele era meu.

Hoje eu entendi que o mundo que ela conhece foi através de mim, que para ela é mais fácil apreciar detalhes que eu talvez não enxergue, que curtir o momento com ela, intensamente, para que ela sempre o tenha em sua memória, é o mínimo que eu posso querer.

Vai passar correndo. Já passou. A infância é a parte mais curta de nossas vidas. Temos que desacelerar e estar por perto enquanto eles ainda precisam de nós, evitando que viremos fotos enclausuradas em arquivos das redes sociais.

O nosso cotidiano não deixa com que nos encantemos com as descobertas da existência. Perdemos a magia. Passamos a ter medo.

O dia de hoje me fez não querer ter medo, querer ver e não somente olhar, querer passar a apreciar cada detalhe da evolução da minha filha.

Ela vê minha alma e cobra dela uma atitude.

Não precisa mais pleitear, minha filha. A minha alma é sua.

E como um dia escreveu Letícia Thompson: “ser mãe dói sim – mas engrandece também – a medida da alegria de ver o nosso filho feliz."

Comentários

  1. Lindo texto! Emocionante e verdadeiro! Parabéns Loraine por conseguir enxergar o invisível e pela sabedoria de entender as necessidades da Laís! Você tem futuro como escritora! Como mãe você já é um best seller!
    Forte abraço!
    Feliz Dia das Mães!

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  2. Lindo, Lô! Já passei exatamente por isso, essa sensação de estar na plateia e ver meu filho se apresentando pra mim, sem tirar os olhos. Aproveite muito, muito mesmo, a infância da sua filha. Depois, isso passa. E deixamos de ser o mundo deles para sermos a referência. Esse já é o terceiro Dia das Mães que passo sem meu filho mais velho, que está morando fora. No primeiro, escrevi esse texto aqui: https://www.facebook.com/notes/renata-pacheco-tavares/s%C3%B3-hoje-descobri-o-verdadeiro-sentido-de-ser-m%C3%A3e/453950327963721?pnref=lhc - Esse dia vai chegar para todas nós!

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