Democracia ainda que tardia!
Minha querida amiga Thata
acabou de me falar que eu ainda não escrevi uma pérola muito importante no
Blog. Aliás, essa pérola não foi minha, mas vale a pena relatá-la. Ela até está
super disseminada nas organizações. Nos últimos tempos, é o que mais se ouve
nos corredores das empresas. Será? Bom, tinha um cara, lá na Siemens, que aliás
era, e deve continuar a ser, uma figura ímpar, o Marcel Spadoto. Super do bem.
Ele até foi padrinho do meu primeiro casamento. Marcel, espero que não fique
bravo por eu te expor aqui, hein? Mas é por uma boa causa, já que a história é genial
e o conceito está em voga. Éramos da Divisão de Telecom. Sentávamos bem perto
um do outro. Acho que as áreas de Vendas e Marketing ficavam no 3º ou no 4º andar
lá do prédio da Anhanguera. O Marcel, na época, respondia ao Diretor de Vendas,
o MC, também outra figuraça. Os dois já não estão mais na Siemens. Cada um
seguiu seu rumo. O MC, embora um cara bacana, um cara que, diferentemente de
outros Diretores Executivos, cruzava com você no corredor e, no mínimo, dava
uma piscadinha básica...tipo...sei que te conheço...não dá para passar e fingir
que você é transparente...pega mal...enfim, embora tudo isso, ele era aquele
tipo de chefe que exercia a ditadura de forma democrática. Sabem como é? Já conheceram
alguma pessoa assim? O engraçado é que em pleno ano de 2012, tem gente que só fala com
gente do seu mesmo nível, tem gente que não gosta de pegar o mesmo elevador em
que estão seus “súditos”...e olha que nessa categoria de “gente” também estão os
Executivos recém saídos das fraldas e não apenas aqueles gestores de 1800.
Pessoas como parceiras da organização, cada qual contribuindo, com algum
recurso, para a realização dos objetivos? Até tem gestor que acredita
nisso, mas acho que é mais crença pessoal do que uma questão de cultura
organizacional. Difícil acreditar, mas é assim que ainda funcionam certas organizações,
se não a maioria. É como se as empresas adotassem a Monarquia como “forma de
governo”. Seus Executivos, se é que podem ser assim chamados, esquecem-se de
que não vão se manter naqueles cargos até suas mortes. En fin de compte...cada um com seu cada um...e continuando com o meu
super francês...un jour, la Maison
tombe!!! Bom, o Marcel, todas as
vezes que ia para a uma reunião com o MC mandava a seguinte pérola...”PESSOAL,
TÔ INDO LÁ TROCAR UMA IDÉIA COM O MC...VOU ENTRAR COM A MINHA E SAIR COM A
DELE.” Era fantástico ouvir aquilo. E isso nunca mais saiu da minha cabeça.
Vivo contando essa história para as pessoas. É muito bom. Não tenho dúvidas de
que o pessoal que trabalha na minha equipe troca muitas idéias comigo. Que Empowerment que nada. Só vou delegar poder de decisão às pessoas
quando tiver certeza, absoluta, de que o estágio evolutivo das gestões está
mais próximo de como agiam os Humanos Homo
sapiens, seres que começaram a empregar suas qualidades mentais, deixando
surgir os primeiros acenos de comunidade. Enquanto eu não vir isso acontecendo,
nada de Empowerment, hein, pessoal?
Podem até vir com suas idéias pra mim, mas já sabendo que sairão com as
minhas...rsrsrsrsrsrsrsrsrs! Quelle folie!
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